quarta-feira, 21 de outubro de 2015


                                FAMÍLIAS DE MINAS GERAIS


                                Autora: Vânia Lúcia de Oliveira (vania_luc@yahoo.com.br)


                                              ALVES DO VALE


"Josepha Maria da Silva nasceu no Paulo Preto e casou-se com Manoel
Francisco Dias. Este senhor era natural da cidade de Lisboa e veio
para a Comarca do Rio das Velhas como dizimeiro (cobrador do
zimo).
Comprou ou arrematou em praça a Fazenda do Pintado, do Curato de
Contagem, Freguesia do Curral Del Rei e Comarca do Rio das Velhas,
cuja sede era a então a Vila de Sabará. Nesta fazenda nasceram seus
filhos:
 
1 - Padre Manoel Francisco da Silva Diniz;
 
2 - Joaquim Francisco da Silva Diniz, casado primeiro com Marianna
Rosa de Lima, pela segunda vez com Maria Gonçalves e a terceira com
Catharina de Jesus;

3 - Ignacio Francisco Dias, casado com Úrsula de Lima;

4 - Francisco de Assis e Silva, casado com Jacintha;

5 - José Francisco Dias, solteiro;

6 - Josepha Maria de Jesus, casada com o português Manoel José da
Silva Campos;

7 - Genoveva de Jesus, casada com João Ferreira Netto;

8 – Ana Felícia Diniz, casada com Antonio Alves do Valle, foram os pais do Tenente Antônio Alves do Valle (Filho), que se casou com a Maria Isabel Diniz (e estes últimos foram os pais do Joaquim Mariano Alves Diniz);

9 - Marianna, casada com Manoel Alves da Fonseca;

10 - Maria, casada com Manoel Alves de Oliveira;

11 - Rita, casada com Caetano José de Carvalho;

12 - Eulália, casada com Manoel da Silveira e Almeida;

13 - Theresa, casada com João José de Almeida;

14 - Francisca, falecida solteira;

15 - Luiza, falecida solteira."


                        Barbosa da Silva

                                    Por Vânia Lúcia de Oliveira, em 24 fev 2009.


A família teria origem no Brasil com a vinda do Cel. Antônio Barbosa da Silva, português, natural de Santarém, patriarcado de Lisboa, "Cavalleiro Professo da Ordem de Christo”, filho de Antônio de Souza Barbosa da Silva, escrivão da provedoria das Lezírias de Vallada em Benevente, Portugal, e D. Clara de Avellar Villa-Lobos. Casado com D.Anna Maria de Jesus Rolim, nascida em Santa Luzia do Rio das Velhas, Sabará (MG), filha de José de Sá Rolim, “Guarda Mor de terras e águas mineraes do Distrito do Curral de El-Rei em Minas Geraes”, natural da cidade do Porto, Portugal, e de Dona Maria do Porto Alarcão, também natural da cidade do Porto. “Seus Paes ... e mais Ascendentes forão Pessoas de qualificada Nobreza das famílias de seus Apellidos que no Reino de Portugal são Fidalgos de linhagem, Cota D'Armas e de Solar conhecido e como taes se tratarão sempre à Lei da Nobreza, com Armas, Criados, Cavallos e toda mais ostentação, pertencendo à sua mui distinta qualidade ...” – segundo cópia de Carta-de-Brazão-de-Armas de Nobreza e Fidalguia que circula na família, que teria sido concedida a Antônio Barbosa da Silva (Filho) em 31 out 1841. 

Arthur Rezende registra, de forma destoante, que o Cel. Antônio Barbosa da Silva seria filho de Antônio da Silva Barbosa e D. Theresa Maria de Jesus, naturais de Santarém, enquanto    os pais de D. Anna Maria  de Jesus teriam sido Antônio Ribeiro, natural do Basto do  Arcebispado de Braga, e D. Maria de Jesus, natural do Porto (1). 
Esta versão é confirmada por declaração do dito coronel, constante de seu testamentoe transcrita em seu inventário (2):

“Sou natural do Lugar do Cartacho do Termo da Villa de Santarem filho legitimo de Antonio da Silva Barbosa e de Teresa Maria de Jesus ja defuntos. Sou Catholico Romano e meos Pais tao bem o forao. Sou casado com Dona Anna Maria de Jesus e deste consorcio tenho sinco filhos Francisco, Luiz, Felicianna, Antonio e Paulo os quaes sao meos herdeiros.” 
É possível que as informações da Carta de Brazão de Armas tentassem dissimular o seguinte fato ou outro relacionado ao que se lê no registro de casamento do CoronelAntônio Barbosa da Silva e Ana Maria de Jesus, anotado por Roberto Belisário Diniz:

“Em 1773 estando o dito Coronel preso na cadeia de Sabará, com ela se casou na Capela de Santa Rita da Vila de Sabará, mas o casamento foi nulo pela falta da presença do próprio Paroco. Antônio Barbosa da Silva, filho de Antônio da Silva Barbosa e Teresa Maria de Jesus, natural da Freguesia de São João Batista da Lagoa de Caatape(?), Patriarcado de Lisboa e Ana Maria de Jesus, filha de Antonio Ribeiro Pinto e Maria de Jesus do Ponto(?), natural, batizada e ambos moradores nesta Freguesia de Santa Luzia.” (10) 

Dos filhos do Cel. Antônio Barbosa da Silva e D. Anna Maria de Jesus, temos: 
1 - Cel. Francisco de Paula Barbosa da Silva, nascido em 1789 na Freguesia de N. S. da Conceição do Sabará, foi “tenente de cavallaria do termo de Vila Rica” (1). Casado em 1808, com D. Isabel Maria de Ávila Lobo Leite, nascida em 1783 (3), em Vila Rica (MG), batizada no Pilar de Ouro Preto, filha do Cap. Mor Antônio Agostinho Lobo Leite Pereira e D. Anna Francisca de Ávila e Silva. Falecido cerca de 1832. Pais de:

1.1  Ana Maria Barbosa Leite Pereira de Avellar, citada no testamento e no inventário do Cel. Antônio Barbosa da Silva: “Deixo a minhas duas netas filhas de meo filho Francisco de Paula a mais velha por nome Anna duzentos mil reis e a outra que se chama Francisca minha afilhada outros duzentos mil reis.” e “Diz Anna Ma. de Jesus viuva que ficou do Cel Antonio Barbosa da Silva que este em sua vida duou duas escravas Zaferina crioula e Escolastica crioula a huma sua neta por nome Anna Maria Barbosa Leite Pereira de Avellar filha de hum seo filho o Ten. Francisco de Paula Barbosa da S.a cazado com D. Isabel.” (2) 

1.2  Júlia Adelaide Barbosa, nascida em Congonhas do Campo (MG), casada aos 22 nov 1831, no oratório do Cel. Francisco de Paula Barbosa em Sabará (MG), com o Dr. Lourenço de Assis Pereira da Cunha, “professor de physiologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, médico da Família Imperial e conselheiro de Estado”, natural de Coimbra, Portugal, filho do Marquês de Inhambupe Antônio Luís Pereira da Cunha (4) e (15).  

1.3  Francisca de Paula Barbosa da Silva, nascida em Ouro Preto (MG), casada em Sabará aos 5 mar 1832 no oratório de D. Izabel Maria de Ávila com seu primo-irmão, o Dr. Antônio Torquato Leite Brandão (primeiro casamento deste), natural de São João Del Rei (MG), filho do Sargento Mor Bernardo Xavier da Silva Ferrão Brandão e D. Francisca Eulina de Ávila Lobo Leite. O Dr. Antônio Torquato teve brazão de armas, passado em 4 out 1867 e registrado às fls. 72, do livro VI do Cartório da Nobreza. Esse brazão consiste em um "escudo esquartelado: no primeiro e quarto quartéis as armas dos Brandões, que são as de varonia, em campo azul cinco brandões de oiro acezos e postos em santor; no segundo as armas dos Silvas - em campo de prata um leão de púrpura, armado de azul; no terceiro, as dos Ávilas - em campo de oiro, treze tortões de azul em 3 palas." (5) e (6). 

1.4  Anna Guilhermina de Ávila Barbosa, nascida na Freguesia de Congonhas do Campo (MG), batizada na de Raposos (MG). Casada em cerimônia conjunta com a de sua irmã Júlia, pelas 4 horas da tarde do dia 22 nov 1831, no oratório de seu pai, com o Dr. João Baptista de Souza Álvares de Aguiar, natural de Loivos, Chaves, Braga, Portugal, filho de Francisco José Peixoto Miranda e D. Maria José Álvares de Aguiar (4). 

1.5  Rita Luduvina de Ávila Barbosa, casada em Sabará (MG), aos 5 mar 1833, com seu primo-irmão José Bernardo Brandão, natural de São João Del Rei (MG),filho do Sargento Mor Bernardo Xavier da Silva Ferrão Brandão e D. Francisca Eulina de Ávila Lobo Leite (8). 

1.6  Conselheiro Luís Antônio Barbosa, batizado em Congonhas do Campo aos 20 jun 1814 (22), informação divergente do que registra Arthur Rezende, de que teria nascido aos 15 jun 1815. Formado em Direito em S. Paulo, em 1837, advogou em Sabará, onde depois atuou como juiz municipal. Foi Juiz de Direito das Comarcas do Rio das Velhas, do Rio das Mortes (S. João d El Rey), do Serro, de Diamantina, do Rio Jequitinhonha e finalmente de Ouro Preto; deputado provincial em várias legislaturas, e deputado geral desde 1844 até ser escolhido senador do Império; chefe de Polícia em 1849 e vice-presidente de Minas; presidente de Minas Geraes de 1851 até fim de abril de 1853; ministro da Justiça em 1853-1854; presidente da Província do Rio de Janeiro em 1854-1857; senador, escolhido em fins de 1859 e Commendador da Ordem de Christo. Como Presidente de Minas foi quem expediu todas as ordens para installação da Vila de Juiz de Fora, incumbindo Halfeld, Paula Lima e o Cel. José Ribeiro de Rezende (depois Barão de Juiz de Fora) das providências necessárias para a instalação (9). 

            Casado em 1840 com D. Antônia Luísa de Oliveira Horta, "Dona Antônia do       Cafezal", da fazenda do Cafezal, nascida aos 2 jul 1815 e falecida em agosto       de 1905, filha de José Caetano Rodrigues Horta (Filho) e D. Bárbara Eufrosina       de       Almeida Rolim de Moura.     
      Ainda segundo Arthur Rezende, Luiz Antônio Barbosa teria falecido aos 15 de       marco de 1890, o que não combina com informações obtidas em seu      inventário, datado 9 abr 1861, localizado no Arquivo Histórico da       Universidade       Federal de Juiz de Fora (14). 

                        Deixava a viúva e 13 filhos, vários deles menores (Luiz 19, Antônio 18, Júlio 17, Ignacia 15, Izabel 14, Francisca 13, Luíza 12, Bárbara 11, Antônia 10, Joze, 9, Maria 7, Nicolau 6 (faleceu), Augusta 4), e muitas dívidas que foram sanadas por uma comissão que se formou em 1864. 
                        Página 32 – “Dizem os Viscondes de Itaborahy, Uruguay e outros membros da Comissão promotora da subscrição a favor da viuva e filhos do finado Conselheiro Luis Antonio Barbosa que elles querem haver a si o requerimento, procuração e titulos de divida que offerecerão a V.S. a fim de requererem que lhes convier em favor da referida viuva e filhos, por quanto esses documentos como delles se vê lhes pertencem; digne-se V.S. deferir ficando esta com os autos para anotar
                        Deferido, 8 abr 1864
                        Paula Lima
                        Assinatura de Caetano Alves Roiz Horta” 
                        “Página 62 - Ao Juiz de Orphaes (com assinaturas na página 64)

                        Dizem os Viscondes de Itaborahy, e de Uruguay, o Conde de Baependy, o Barão de Mauá, o Comendador Antonio José Alves Souto, os Viscondes de Ipanema e Bomfim, e outros, como da Procuração junta, por seu procurador abaixo assignado, que tendo promovido e concorrido para úma subscripção destinada ao resgate dos poucos bens que deixou o Conselheiro Luis Antonio Barbosa, que ião ser absorvidos por dividas superiores como consta do respectivo Inventario, e obtido, de seus credores consideraveis abatimentos, de modo que se não fora tal subscripção, e generosos abatimentos nada restaria da herança para sua mulher e filhos, declarão que assim procederao na inteção de que taes bens assim resgatados nao serao partilhados, mas que serião destinados a manutenção da Ex.ma viuva do mesmo Conselheiro, e a manutenção e educação de seus filhos.”  

                        No site abaixo encontram-se relatórios apresentados pelo Conselheiro Luiz Antônio à Assembléia Provincial de Minas: http://www.crl.edu/content/brazil/mina.htm
1.7  Maria Isabel de Ávila Barbosa, casada com o Conselheiro Quintiliano José da Silva, natural do Curral del Rei (MG), onde foi batizado aos 23 dec 1807, na Capela Santa Quitéria, filho do Cap. Miguel José da  Silva Fernandes e D. Anna Filipa de São Tiago, esta pertencente à família Moreira da Silva. Matriculado na Universidade de Coimbra aos 31 out 1827, voltou ao Brasil no ano seguinte ao da matrícula, bacharelando-se em Direito no ano de 1832, em São Paulo, na primeira turma da escola do Largo São Francisco. Foi deputado provincial nos biênios de 1842-1843 e 1846-1847; deputado geral em 1848; vice-presidente da Província de Minas desde 17 dez 1844 a 30 set 1845 e presidente da mesma província de 1o out 1845 a 28 dez 1847. Segundo Arthur Rezende, Quintiliano foi administrador esclarecido e patriota. Quando deputado provincial tomou parte saliente da Revolução Liberal de 1842. Faleceu na Guanabara, Rio de Janeiro aos 25 ago 1889, com mais de 80 annos, muito respeitado pela integridade do seu caráter (9). 

                        Muitos de seus discursos encontram-se disponíveis no site:                       http://www.crl.edu/content/brazil/mina.htm 

1.8  Anna Paula Barbosa, segunda esposa de seu cunhado e primo-irmão, o Dr. Antônio Torquato Leite Brandão, filho do Sargento Mor Bernardo Xavier da Silva Ferrão Brandão e D. Francisca Eulina de Ávila Lobo Leite (9). 

1.9  Josepha de Paula Barbosa da Silva, casada com seu primo Antônio Barbosa da Silva, de quem Arthur Rezende não obteve mais informações (9). Há indícios de tratar-se de Josepha Eugênia de Ávila Barbosa, casada com Antônio Barbosa da Silva Chaves, que deixaram descendentes na região de Matozinhos de Santa Luzia do Rio das Velhas (MG). Antônio Barbosa da Silva Chaves aparece como procurador do Dr. Quintiliano José da Silva, em 1841, no batismo de José, filho legítimo de Theodoro Barbosa da Silva e D. Emerenciana Henriques de Freitas (11); como padrinho, em 1842, junto com D. Antônia Luísa de Oliveira, de Júlia, também filha do Cap. Theodoro e D. Emerenciana (12) e como inventariante dos bens do português Antônio dos Santos Lessa, que mantinha diversas relações de negócios com a família Ávila Lobo Leite Pereira (13). Infelizmente, em seu testamento, o Cap. Antônio Barbosa da Silva Chaves não menciona a sua filiação, mas informa: 

                        “Eu Antonio Barbosa da Silva Chaves achando-me em idade avançada, e bastante encommodado de saude, e so esperando achar-me na presença do Creador, e estando em meu perfeito juizo, deliberei declarar minha ultima vontade, o que faco neste testamento pela forma seguinte:

                        Fui cazado com Dona Josefa Eugenia de Avila Barbosa, deste consorcio tivemos tres filhos por nomes Francisco, Izidro e Maria, que sao os meos herdeiros. ...

                        Nomeio meos testamenteiros em primeiro lugar a meu primo e particular amigo Coronel Luiz Antonio Barbosa da Silva Nogueira, em segundo lugar o Doutor Ignacio Antonio de Assis Martins, e em terceiro o Barao do Rio das Velhas, aos quais peco a caridade de aceitarem este servisso. ...

                        Sei ler e escrever, mas tremendo muito das maos pedi a Cornelio Augusto Martins da Silva para por mim escrever este testamento de minha ultima vontade, do que elle prestou-se, e eu so assignei em vista do mesmo, depois de ler, e eu mesmo li todo quanto esta aqui escrito, e que esta tudo conforme, como ditei nesta Fazenda de Mattosinhos aos 23 vinte e tres de Maio de mil oitocentos e setenta e quatro.” (7) 

                        Os amigos têm se esforçado por ajudar a compor esta lacuna. Claus Rommel                       Rodarte, em mensagem de 23 de Setembro de 2008, escreve:
        “... achei, nesse mapa de 1832 (março), um Antônio Barboza da Silva, no fogo      de numero 247, com 30 anos, solteiro, e servindo de administrador de uma       propriedade, tendo sob sua responsabilidade um feitor, um ferreiro, um       carreiro, e 91 escravos (dos quais 51 eram homens adultos empregados na         roça). Desconfio que a propriedade fosse do Francisco de Paula Barboza da Silva e esse administrador seja o seu avoengo Antônio Barboza da Silva         Chaves, que depois vai ser genro daquele que desconfio ser o verdadeiro dono      da propriedade. Essa suspeita é reforçada pelo que encontrei na lista de votantes de Matozinhos de 1847 (feita aos 27 de fevereiro):
        1o Quarteirão:
          2 Antônio Barboza da Silva Chaves, 50, agricultor, c[asado]
        21 Luiz Antônio Barboza da Silva, 32, fazendeiro, c[asado], d.or formado” 

1.10   Ten. Cel. Teodoro Antônio Barbosa da Silva nascido em Matozinhos de Santa Luzia, (MG). Casado em primeiras núpcias com D. Emerenciana Henriques de Freitas Vianna, batizada aos 8 jul 1819 na Capela de Fidalgo (MG), filha do Cap. Joaquim Henriques de Freitas Vianna e D. Maria Felipa Pinto Moreira. Casado em segundas núpcias com Angélica Silvina Moreira da Silva, que vem a ser a Viscondessa de Assis Martins, nascida aos 21 sep 1841 em Santa Quitéria, atual Esmeraldas (MG), filha do Alferes Antônio Alves da Silva Moreira e D. Francisca de Paula Moreira da Silva. Foi proprietário da Fazenda do Quilombo, em Pindaybas, onde residia, perto de Sabará. Faleceu aos 27 jun 1871 em Sabará em decorrência de “tumores na cabeça”. A segunda esposa faleceu em 2 out 1876 em Santa Quitéria, deixando viúvo o seu segundo marido, o Visconde de Assis Martins Ignácio Antônio de Assis Martins (15), (16) e (17). 

1.11                     Leonor de Paula Barbosa, falecida na infância (1).
2 - Luís Antônio Barbosa da Silva, sargento mor de ordenanças em Sabará (MG), casado com D. Delminda Roberta Nogueira (primeiro casamento desta). Faleceu antes de maio de 1817, época do segundo casamento de sua viúva (18). Foram pais de: 

                  2.1 Antônio Barbosa da Silva Nogueira, nascido cerca de 1813.

             2.1 Cel. Luís Antonio Barbosa da Silva Nogueira, nascido cerca de 1814, casado com Joaquina Carolina de Freitas Vianna. 
09 jun 1817 - “Diz D. Anna Ma. de Jesus viuva do Cel. Antonio Barbosa da Silva que ella quer dar a descrever por este juizo os bens do seo cazal em razao de haverem herdeiros menores que devem succeder a seo Pai o S. Mor Luiz Antonio Barbosa da Silva, herdeiros legitimos do dito fallecido e por que ha bens existentes nesta Villa, na Freguesia de Rapozos, Congonhas e no Arrayal de Santa Luzia, duas fazendas de cultura na Applicacao de Matuzinhos, requer a V.Sa. se sirva mandar se proceda na avaliacao dos bens existentes nesta Villa ... apresentar(?) os Louvados do Conselho, e nomeie para louvados os de Raposos e Congonhas o Cap.m Agostinho(?) S.a Campos, e Joao Alz. Joaquim e Alferes Joao Ferr.a da Luz e p.a as do Arrayal de Santa Luzia o Capm. Manuel Francisco Guimaraens e o S. Mor Antonio Coelho Ferr.a e para as das Fazendas de Matuzinhos Apolinario Ferreira Pinto e o Cap.m Manuel Barbosa Martinho de Carvalho; e q. emformando o Escrivao sobre a idoneidade dos Louvados nomiados e respondendo o T.e Coronel Pedro Gomes Nogueira da Gama herd.ro do dito fallecido por cabeca de sua mulher D. Felicianna Roza Barbosa da Silva tttro do mesmo e Tutor dos Orphans do S. M.r Luiz Antonio; e nada opondo, e sendo da approvacao de V.S.a se proceda na avaliacao dos bens desta Villa na presenca de V.S. e depois de feita a mesma se faca o Inventario a conclusao p.a nomiar dia, para se proceder na avaliacao dos de fora da Villa.

Descricao de Herdeiros:
O Ten. Francisco de Paula Barbosa da S.a
D. Filicianna Rosa Barbosa da Silva, cc o Ten. Cel. Pedro Gomes Nogueira da Gama
O Ten. Antonio Barbosa da S.a
O Alf. Paulo Barbosa da S.a
O Sarg.to M.r Luis Antonio Barbosa S.a falecido deixando os herdeiros seguintes:
Antonio, de id.e de 4 annos
Luiz, de id.e de 3 annos” (2)  

3 - Feliciana Rosa Barbosa da Silva, natural de Matozinhos de Santa Luzia do Rio das Velhas (MG), casada com o Cel. Pedro Gomes Nogueira da Gama, filho do Cap. Hilário Gomes Nogueira e D. Maria Josefa da Conceição do Nascimento. Foi sepultado na Capela da Ordem Terceira do Carmo em Sabará (MG). Ela faleceu viúva entre 1859 e 1860 (19). 
Tiveram os seguintes filhos, citados no testamento de Feliciana Rosa:

              3.1 Hilário Barbosa Gomes Nogueira

3.2  Maria Josefa Nogueira

3.3  Antônio Barbosa Gomes Nogueira

3.4  Ana Flávia Maria Barbosa, casada com o Dr. Anastácio Sinfrônio Gonçalves de Abreu, médico formado em Paris, cirurgião mor do “Estado Maior do Commando Superior da Guarda Nacional”, filho de José Gonçalves Abreu e D. Rosa Maria de São Félix. 

3.5  Francisco de Paula Gomes Nogueira

Feliciana Rosa registrou, sob sua rubrica, em livro anexo ao seu testamento, a sua vontade sobre a destinação de diversos bens de uso pessoal: 
“Deixo as duas minhas filhas as roupas de meo uso. Deixo a meo filho Doutor Hilario o Relogio e corrente de ouro que meo pai me deixou. Deixo a meo filho Doutor Antonio hum cordam grosso de ouro em que eu trazia minhas xaves. Deixo a minha filha Maria a minha comodinha de guardar joias e o meu aderesso de diamantes. Deixo a minha filha Anna os meos Bentinhos de Emblema do Carmo e Dores com cordam de ouro. Deixo a meo filho Francisco quatro botoes de ouro hum com diamante dous Aneis hum de esmeralda e o outro de pingos de agoa. Deixo a meo genro Doutor Sinfronio a Escrivaninha de prata que me foi dada por meo marido em legado. Deixo a minha afilhada Maria Barbara dez mil reis por amizade. Ella morou em minha caza onde trabalhou para si, equidade feita por meo marido para ganhar para se libertar ... Deixo a minha netta Maria Flavia de Abreu minha affilhada hum collar de ouro fino e cinquenta mil reis em dinheiro. Deixo a minha netta Maria Felicianna o collar de coraes e contas de ouro com brincos irmaos. Deixo a minha netta Maria hum par de bixas(?) roxas assentos em ouro. Deixo a minha netta Maria Jose hum par de brincos de xapa de ouro. Deixo a minha netta Maria Nogueira o meo collar frances com brincos e pena. Deixo o alfinete de mam de ouro para minha netta Isabel. Deixo o annel de ouro no meo dedo para meo netto Sinfronio. Deixo a meu netto e affilhado Pedro hum sinete de marfim e prata e cincoenta mil reis. Deixo a meu netto Christinianno huma memoria de ouro de maos. Deixo a minha netta Elisa que he minha affilhada o meo rosario fino de ouro e minhas bixas(?) de ouro e cincoenta mil reis. Deixo as minhas joias de grizolitas que he hum adereco e dous pares de pulseiras, hum par de brincos para a Casa dos Expostos de Sabara, ou se meos herdeiros quiserem dar em dinheiro avalie se pois sao cousas antigas ...” (19).  

4 - Comendador Antônio Barbosa da Silva (Filho), de cognomes "O Gordo” e “O Baú", “fidalgo Cavalleiro da Casa Imperial, Comendador da Ordem de Christo, Cavalleiro da Rosa e Sargento Mór da Segunda Linha do Exército, natural de Sabará, Província de Minas Geraes”. Casado em 1813, na Fazenda das Três Barras, Bananal (SP) comPlacidina Carolina Gomes Nogueira, filha do Cap. Hilário Gomes Nogueira e D. Maria Josefa da Conceição do Nascimento. Obteve carta de brasão de armas de nobreza e fidalguia (1). Pais de:

                                  4.1 Antônio Barbosa da Silva (Neto), "Barbosinha", casado com D. Maria de Oliveira Arruda, filha do Cap. Mor Brás de Oliveira Arruda e D. Alda Maria Floriana Leme Nogueira. Falecido em 1875. 

            Lemos, em O Caminho Novo: Povoadores do Bananal, de Píndaro de Carvalho Rodrigues (1892-1965), Governo do Estado de São Paulo, 1980, Coleção Paulística, volume 18, páginas 155, 158, 159, 163, 165, 172: 

            As relações de bens que figuram nos inventários mais antigos, mostram que, embora já prósperos, aqueles pioneiros do Caminho Novo (cuja abertura no século anterior dera origem à cidade) mantinham vida austera, senão de extrema rusticidade. Nelas não há menção de jóias, de alfaias, de móveis finos, de ouros ou pratas (exceção feita do infalível par de esporas do chefe de família).

            Dona Maria Angélica da Conceição, que tamanha questão fazia de ser enterrada sob o arco maior da Igreja, conforme recomenda em seu testamento, possuidora com seu marido Mariano do Amor Divino, de bom número de escravos e terras, não tinha em casa, quando faleceu, no ano da independência, mais do que "hua meza grande, sem gavetas, e outra mais piquena tao bem sem gavetas, hum cabido, hum catre encoirado de couro, hua canastra encoirada com fichadura e outra por encoirar". No item dos "Ferros e Cobres" o inventariante somente pode arrolar "hua xiculateira com tampa, hua candeia de cobre, 1 taxo velho, 1 forno de cobre em bom uzo, hua espingarda boa e outra mais inferior".

As moradas desses fundadores eram igualmente modestas:
"dois lanços de casa, com uma porta e uma janela, descreve um inventário de 1823, que servem de morada, com um pequeno chiqueiro de porcos, coberto de telhas, monjolo, rego de água chanfrado e uma porteira de bater, com 1 estacada de brauna no terreyro".

            Ultrapassada a primeira metade do século (XIX), começam a figurar nos inventários as riquezas acumuladas pelos austeros fundadores nos seus domínios rurais: são peças de ouro, jóias cravejadas, móveis finos de jacarandá, de mogno, ou importados da França; porcelanas estrangeiras, baixelas de prata, nas quais se incluía sempre o indefectível copo com corrente, que permitia ao viajante matar a sede nos regatos do caminho sem necessidade de desmontar. ... 

            Surgem também, por essa época, meados de século, os instrumentos de ótica, de meteorologia, de medicina, como o baro-termômetro do Comendador Barbosa da Silva, a "caixa de homeopathias com o livro do Dr. Cocrane" que pertenceu a José Ferreira Gonçalves, o Ferreirinha, as lunetas de alcance e a terrificante "caixa de ferros para dentes" do Comendador Francisco Ramos de Paula, sem falar na "botica com todos os seus pertences", propriedade que foi de Dona Maria de Jesus Pacheco, do Barreiro de Baixo ... 

            O Comendador Ramos de Paula deixa uma Comenda da Ordem de Cristo cravejada de brilhantes, e um Hábito de Cristo, de ouro; Antônio Barbosa da Silva tem mobílias de mogno, secretária da mesma madeira com tampo de mármore, relógio de mesa, de bronze, e uma mobila de bambu da Índia, além de uma biblioteca: 279 volumes encadernados ! ... 

            O preço mais alto já encontrado por um escravo, nesses inventários, é de 3:000$000, distinção que coube a Jerônimo, mulato, de 31 anos, e a seu senhor o Comendador Barbosa da Silva, do Bom Retiro. 

                   Bom Retiro 

            A fazenda foi fundada por Antônio Barbosa da Silva, procedente de Sabará Minas Gerais, que se transferiu para o Bananal em 1813, ano em que aí se casou com Placidina Carolina Nogueira, filha do Cap. Hilário Gomes Nogueira, proprietário das Três Barras. Antônio Barbosa da Silva, conhecido como O Baú, era irmão de Paulo Barbosa, mordomo da Casa Imperial. Recebeu o título de comendador. Em 1844 fez no Bom Retiro, testamento de mão comum com sua mulher. 

                        A casa grande do Bom Retiro é das mais notáveis entre as das fazendas do Bananal, como exemplar da arquitetura rural da época, Em 1860 menciona o Almanaque Laemmert, nela havia um professor de música, M. Soulier ... 

            Por morte do fundador coube a fazenda (Bom Retiro) ao seu filho de igual nome, o Barbosinha, falecido em 1875, quando foi aberto seu inventário. Por este se sabe que a fazenda possuía então 79 alqueires de terras, 30.100 pés de café e 10 toneladas de café colhido, nos terreiros. A casa foi avaliada então por 16:000$000; os 58 escravos, por 70:000$000. O Monte Mor foi de 143:313$000. 

            Barbosinha foi casado com sua prima-irmã do lado materno, Maria de Oliveira Arruda, e sucedido no Bom Retiro pelo filho do casal e inventariante do pai, Dr. Braz Barbosa da Silva, que já era proprietário do Campinho, sítio anexo ao Bom Retiro. 

Nota 1 – Comentário de Rafael de Castro Baker Botelho: A biblioteca de 279 volumes de Antônio Barbosa da Silva demonstra tratar-se de um intelectual até para os padrões contemporâneos.  

Nota 2 – Contendo e-mail recebido de Antônio de Pádua Vianna Clementino: O Comendador Antônio Barbosa da Silva, apelidado de "o Baú", também era conhecido como "o Gordo", dado ter sido um homem lateralmente imenso.

> Como sabemos, na biografia do Paulo Barbosa da
> Silva escrita pelo Américo Jacobina Lacombe, o
> Antônio era tão gordo que a sua sege
> quebrou ao meio tão logo ele chicoteou o cavalo que
> a puxava, causado pelo o arranco e o enorme peso
> dele, como único passageiro.

> Agora, pelas as suas informações, fico sabendo que
> o apelido dele era "BAÚ". Faz sentido, pois naquele
> tempo os baús além de grandes eram muito pesados,
> como móveis difíceis de serem arrastados ... !  

5 - Conselheiro Paulo Barbosa da Silva, nascido aos 25 jan 1794 no arraial de Matozinhos, distrito e comarca de Sabarabuçu (MG). Casado em 1835 com Francisca de Paula dos Reis Alpoim, do Rio de Janeiro. Foi mordomo do paço imperial e fundador de Petrópolis. Seu nome deriva da relação com a data de  nascimento, dia que, desde priscas eras, foi reservado pela Igreja Católica como consagrado à conversão do apóstolo
Paulo. Falecido em 28 jan 1868, de derrame cerebral, no Rio de Janeiro e sepultado no Cemitério da Ordem Terceira de São Francisco de Paula, a que pertenceu.

O Museu Imperial de Petrópolis, que possui dois andares para exposições do seu imenso acervo, mantém sala e ante-sala dedicadas ao Conselheiro com o nome de Sala Paulo Barbosa.  

A casa onde morou Paulo Barbosa da Silva, conhecida como Clube da Joana ou Quinta da Joana e depois como Palacete da Laguna, à Rua General Canabarro, 731, hoje abriga o Espaço Cultural Laguna, vinculado ao Ministério do Exército. 


“A propósito da residência deste, cumpre recordar que foi pitorescamente chamada de clube da Joana. A denominação de clube, dada ao salão do grande mordomo da Casa Imperial, proveio de ser o mesmo considerado como um importante centro político. A mexeriquice emprestava a Paulo Barbosa da Silva desígnios de domínio em relação a D. Pedro II, o que, pode-se afirmar, jamais teve. O que havia é que gozava de prestígio. E à denominação de clube os maldosos acrescentaram da Joana, em virtude da situação do edifício, nos terrenos da Casa Imperial, marginais ao rio da Joana. Mais respeito deveria merecer a casa em que dominou, serena, digna e elegante, dona Francisca de Paula dos Reis Alpoim, esposa de Barbosa da Silva. A dita residência ainda pode ser vista [1946], pois está situada na Rua General Canabarro, bem defronte da Rua Barão de Ibituruna. Está sendo reformada neste momento, sendo felizmente respeitada nas suas proporções e composição e mantida a curiosa varanda do primeiro pavimento, com as grades, colunas e arcos mouriscos - tudo finamente feito em ferro" (20).   
        
6 - Maria Evangelista Barbosa da Silva, sepultada aos 2 abr 1805 na Capela N. S. do Carmo de Sabará (MG) (21). 

Nota 3 – O testamento do Cel. Antônio Barbosa da Silva traz revelações inusitadas que desenham, de um lado, a opulência que obteve e, por outro, um caráter preocupado, um pesar de consciência – observem-se as 1.000 missas de meia oitava encomendadas em favor de sua alma, designadas de forma tão criteriosa, pormenorizada e urgente, e mais 1.000 missas a serem rezadas do outro lado do oceano, em sua terra natal - e desnudam seus pensamentos, vontades e comentários quanto aos seus. 

Do livro anexo ao testamento (2): 

“Este livro tem noventa e sette folhas as quaes vao rubricadas por mim.
Tenho uma rapariga chamada Bernarda mullata filha de huma escrava minha chamada Lucianna creoula(?) a qual mullata eh forra. Caso se a case em minha vida se lhe dara uma esmolla de cem mil reis e caso nao case em minha vida e fique solteira se lhe dara a quantia de quatro centos mil reis e quando os nao haja em dinheiro se lhe darao em escravos, e para se vestir se lhe darao mais quarenta oitavas de ouro mas se eu a deixar casada so lhe dara os ditos cem mil reis ou escravo que os valha. Antonio Barbosa da Silva. Dita casa com Silverio Amalal(?) de Ferreira. So se lhe darao os ditos cem mil reis. Barbosa. 

Sou Cavalheiro da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo Irmao Terceiro da Senhora do Carmo desta Villa. 

Logo que eu fallescer mandara meo testamenteiro diser mil missas pella minha alma de esmola de meya oitava a saber o Padre Joaquim Barbosa Ferreira dira duzentas meo sobrinho o Padre Jose Barbosa caso ja diga missa dira na mesma forma trezentas missas sendo ditas sucessivas so a reservados Domingos e dias Santos tendo de capellas e assim maes na mesma forma o Vigario das Congonhas cem missas o Vigario de Raposos Doutor Nicolao cem o Padre Marinho no Sabara cem missas e o Reverendo Padre Joaquim Machado cem missas. O Padre Manoel da Silva morador no Sabara cem missas e aqui estao distribuidas as mil missas que atras declaro para nellas nao haver ... Caso algum destes tenhao morrido ou mudado de terra meo testamenteiro as mandara dizer por sacerdotes de bom conceito que mas nao demore e se meo sobrinho nao disser ainda ... se mandarao dizer por outros sacerdotes ... 

Mais

100 missas para almas dos escravos
200 missas para pessoas com quem tenho tido contas e serao ditas pello Reverendo Manoel do Couto Ribeiro na Cidade de Marianna se for vivo, se nao por outro sacerdote.
Mandara meo testamenteiro dizer na minha terra que he o lugar de Cartaxo ao pe da Vila de Santarem mil missas pellos religiosos de Sao Bento de Sao Francisco que he o mesmo lugar de esmolla.
Serao repartidas duzentas missas pellos clerigos do dito lugar pelas almas de meo pai e minha mai. E assim no caminho de Sao Francisco de Santarem se dirao duzentas missas pela alma do falecido meo irmao Jose Barbosa da Silva. 
Deixo esmola para o altar da Senhora do Porto da Capella do Senhor de Matozinhos onde tenho minha fazenda

Mais

para o altar da Senhora do Rozario e Capella do Rosario de Sabara
Senhora das Merces da Villa do Sabara
Senhora do O da mesma Villa
Senhor Sao Francisco dos Pardos da mesma Villa
Senhora do Monte do Carmo
Capella de Sam Thome das Letras na Comarca de Sao Joao de El Rei
Capella de Santa Rita desta Villa do Sabara 

A meo sobrinho o Padre Jose Barbosa caso me deva como agora deve como ser.e da conta que se achara entre os meos papeis do que me ... a quantia que lhe toca no inventario de seo Pai que me tera responsavel da parte(?) que me ... se lhe deve nem cobre delle e se lhe darao do monte mor da minha fazenda quatro centos mil reis fora o que elle me deve como foi o dito e da sua honra espero que nunca tenha que dizer de mim respeito as minhas contas de quando fui seo tutor pois que sempre o tratei e estimei como meo filho e zellei a sua pequena heranca como se foce minha no que tive grandes desgostos com seos parentes maternos. E dado caso / o que nao espero / que elle se porte pello contrario, neste caso nada se lhe dara mas elle atrevendo se elle a por algu pleito em juizo pois so assim ... neste caso se ... dara delle a ... da minha fazenda toda. Antonio Barbosa da Silva.
Pois poderia eu ter desmazello com a demonstracao da meacao de sua mae de quem fui cobrador para pagamentos dos credores do seo casal por isso e por haver qualquer descuido neste particular, e nao como ... segue dizendo ao Sargento Mor Jose Pinho no Rio de Janeiro de quem foi seo testamenteiro o Capitao Francisco genro ... 
Deixo as gemeas filhas de Bernardo Pinto casado com a minha sobrinha Maria Theresa cessenta mil reis a cada huma e seo pai o dito Bernardo Pinto para quitacao do inventario quando se lhe pedir de que tenho recibo delle de mao de que esta pago da heranca que lhe tocou a sua mulher no inventario do fallecido meo irmao Jose Barbosa da Silva como do dito recibo ... deixo de esmolla para a dita minha sobrinha Maria Theresa cem mil Reis = ja paguei a filha mais velha do dito Bernardo Pinto. 
Declaro que a minha filha Felicianna Rosa Barbosa da Silva se acha casada com Pedro Gomes Nogueira a dotei com dinheiro e bens que constao de huma Sexta que elle tem huma e eu tenho outra ... ambos por elle assinadas e ... ambos que ... importar a quantia de oito mil cruzados (cita a sua fazenda de Mattozinhos). 
Deixo a minhas duas netas filhas de meo filho Francisco de Paula a meis velha por nome Anna duzentos mil reis e a outra que se chama Francisca minha afilhada outros duzentos mil reis. 

Declaro que meo filho Antonio Barbosa da Silva se ausentou da minha companhia e sem a minha aprovacao e sem ella casou pelo que ... desprazer, e tao bem por outras acoens que praticou talvez e injurias a mim e a ella mas independente de tudo isto nao deve deixar ... o que elle levou na sua retirada para nao prejudicar aos outros meos herdeiros. O que levou foi hum muito bom escravo que eu estimava em dous mol cruzados chamado Alexandre mulato e huma muito boa besta de sela e o dito mullato hera bom official de carpenteiro e pedreiro. Levou mais de sinco a seis mil cruzados em dinheiro = 

Declaro que com o meo filho Francisco de Paula tenho gasto huma grande soma de dinheiro e so em huma parcella forao seis mil cruzados de Donativo por bem do que conseguio o Posto que ocupa de Tenente do Regimento da Linha. 

Declaro que na Real Intendencia se achao sete centas e dez oitavas para se fundirem e que do dinheiro que tenho se achara lembrança em huma das minhas carteiras e assim mais tenho em hum caixotinho hum conto e sette centos mil Reis pouco mais ou menos. 
Declaro e quero que estas declaraçoes se haja de dar cumprimento como parte de meo testamento e vao escritas a meo rogo pello Padre Jose da Costa Moreira e por mim assignadas. 

Sabara vinte e hum de mayo de mil oitocentos e desessete. Antonio Barbosa da Silva.” 
Página 371 verso: Monte mor 97:237$770.  

Nota 4 – Vânia Lúcia de Oliveira descende do casal Francisco de Paula Barbosa da Silva e Isabel Maria de Ávila Lobo Leite, pela filha Maria Isabel de Ávila Barbosa cc o Conselheiro Quintiliano José da Silva, estes, seus pentavós; e, provavelmente, pela filha Josepha de Paula Barbosa da Silva, cc Antônio Barbosa da Silva, caso se confirme serem os mesmos que Josepha Eugênia de Ávila e Antônio Barbosa da Silva Chaves, seus tetravós. 

As linhas que a ligam a estes ancestrais partem de ambos os avós maternos: 
1ª ascendência: 
3 Therezinha Alba Cabral (avó materna) 
4 Dr. Moacyr Barbosa Cabral
e Maria José Alves 
5 Dr. Henrique Barbosa da Silva Cabral
Cc Ormila Oswaldina de Toledo Salles 
6 Isabel Maria Barbosa da Silva
Cc Agostinho José Cabral 
7 Maria Isabel de Ávila Barbosa
Cc Conselheiro Quintiliano José da Silva 
8 Cel. Francisco de Paula Barbosa da Silva
Cc Isabel Maria de Ávila Lobo Leite 
2ª ascendência: 
3 Isidro Barbosa Diniz (avô materno) 
4 José Eugênio Barbosa
Cc Maria da Conceição Diniz 
5 Isidro Barbosa da Silva Chaves
Cc Josepha Cândida Alves dos Santos 
6 Antônio Barbosa da Silva Chaves
Cc Josepha Eugênia de Ávila Barbosa 

Fontes:

1 – Rezende e Silva, Arthur Vieira. Genealogia Mineira, volume 2, III parte, pág. 59, 60. 

2 – Casa Borba Gato, Sabará (MG), Inventários do Cartório do Segundo Ofício, número (94) 862, ano 1817 – “Inventario dos bens que ficarao do Col. Antonio Barbosa da Silva, cazado que foi com D. Anna Maria de Jesus, falecido com testamento aos 24 de maio de 1817”. 

3 – Diniz, Jaime José, Artigo publicado no Jornal "O Esmeraldense", de Esmeraldas (MG), número 1, agosto de 1961. 

4 – Registro de casamento, Centro de História da Família, filme 1252318, item 3, matrimônios de Sabará (MG), pág. 20. 

5 – Rezende e Silva, Arthur Vieira. Genealogia Mineira, volume 2, III parte, pág. 60, 61. 

6 – Registro de casamento, Centro de História da Família, filme 1252318, item 3, matrimônios em Sabará (MG), pág. 21 verso. 

7 – Centro de História da Família, filme 1252307, item 5, óbitos em Lagoa Santa, Minas Gerais, paginas 45 verso e 46. 

8 – Registro de casamento, Centro de História da Família, filme 1252318, item 3, matrimônios em Sabará (MG), pág. 30 verso. 

9 – Rezende e Silva, Arthur Vieira. Genealogia Mineira, volume 2, III parte, pág. 62 a 77. 

10 – Cúria Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Livro de Casamentos de Santa Luzia de 1808 a 1822, página 99, assento de 30 novembro 1819. 

11 – Registro de batismo, Centro de História da Família, filme 1252328, item 5, página 27 verso, batismos da Matriz do Senhor do Bom Jesus de Mattozinhos. 

12 – Registro de batismo, Centro de História da Família, filme 1252328, item 4, batismos da Paróquia de N. S. da Boa Viagem do Curral Del Rei. 

13 – Casa Borba Gato, Sabará (MG), Inventários do Cartório do Primeiro Ofício e Notas. 

14 – Arquivo Histórico da Universidade Federal de Juiz de Fora, Cx.023/10, processo 138, ano 1861, Grupo B, Código 233, Caixa: 20-B: Inventariado: Luís Antônio Barbosa (Conselheiro), Inventariante: Antônia Luísa Horta Barbosa. 

15 – Rezende e Silva, Arthur Vieira. Genealogia Mineira, volume 2, III parte, pág. 91 a 99. 

16 – Diniz, Jaime José, Artigos publicados no jornal "O Esmeraldense", de Esmeraldas (MG), números 1, 10 e 11, de agosto de 1961 a julho 1962. 

17 – Martins, Marcos Lobato, Pedro Leopoldo - Memória Histórica, Câmara Municipal de Pedro Leopoldo, 2a edição revista e ampliada, 2006, pág. 44, 45. 

18 – Registro de casamento, Centro de História da Família, filme 1252318, item 2, matrimônios de Sabará (MG), pág. 134 verso. 

19 – Casa Borba Gato, Sabará (MG), Inventários do Cartório do Primeiro Ofício e Notas, caixa 4 B, processo 259, ano 1864. 

20 – Rios Filho, Adolfo Morales de los. "A Sociedade" (cap. VI) in O Rio de Janeiro Imperial, pág. 343.

21 – Centro de História da Família, filme 1252318, item 4, óbitos de Sabará (MG). 

22 – Centro de História da Família, filme 1284503, item 4, batismos em paróquias de Congonhas do Campo, Minas Gerais.


E informações advindas das pesquisas dos genealogistas: Antônio de Pádua Vianna Clementino, Attila Augusto da Cruz Machado, Claus Rommel Rodarte, Marco Polo Teixeira Dutra Phenee Silva, Rafael de Castro Baker Botelho e Roberto Belisário Diniz.

                                                  DINIZ 

 1 – Isidro Barbosa Diniz – 1919 – Pedro Leopoldo, MG.
 Cc. Terezinha Alba Cabral – 1928 – Belo Horizonte, MG.
 
 2 – Maria da Conceição Diniz – 1887 – Capim Branco, MG.
 Cc. José Eugênio Barbosa – 1879 – Matozinhos, MG.
 
 3 – José Antônio Diniz – 1853 – Matozinhos, MG.
 Cc. Maria Cecília Diniz Pereira – 1856 – Matozinhos, MG.
 
 4 – Antônio José Diniz Costa – nascido cerca de 1797.
 C. 1ª vez com Maria Isabel.

 Pais de Maria Teodora Diniz, nascida cerca de 1834, cc. Francisco Pereira
 Lopes (pais de Maria Cecília Diniz Pereira, já citada).
 
 
5 – Antônio José Diniz Costa – nascido cerca de 1797.
 C. 2ª vez com  Maria Alves Moreira da Silva, nascida cerca de 1812. 

Pais de José Antônio Diniz, já citado, que foi tio da esposa, por
ser  meio irmão da sogra (veja que o pai era comum a ambos: ao José
Antônio Diniz e à sogra Maria Teodora Diniz).
 
6 – Ana Joaquina Diniz – São Gonçalo da Contagem - MG.
Cc. Tenente Coronel Domingos José Costa.
 
7 – Domingos Diniz Couto – São Salvador do Monte Córdova – Santo
Tirso, Porto, Portugal.
Cc. Maria Soares Tavares (de onde se originam os Soares Diniz).
8 – Domingos Diniz.
Cc. Maria João.